História Pública é um conceito que comporta múltiplas e controversas definições, mas também práticas testadas, experiências inovadoras e desafios futuros. Embora pouco escrutinados e divulgados em Portugal, noutros contextos nacionais e à escala internacional a História Pública institucionalizou-se como uma área de conhecimento e formação autónoma.
Não obstante, há muito que os historiadores, cientistas sociais e das humanidades, investigadores artísticos e artistas portugueses recorrem a narrativas, atividades de mediação e meios de comunicação dirigidos para públicos não académicos, que se sucedem as celebrações cívicas oficiais, os projetos de base comunitária, participativa, educativa e de história oral levados a cabo em arquivos, museus, associações e movimentos sociais, assegurando a progressiva socialização da produção do conhecimento histórico. Por outro lado, a História Pública tem potenciado o trabalho interdisciplinar, possibilitando o cruzamento de metodologias e formas de conhecimento que conduzem a reinterpretações, entendimentos históricos e formas de relacionamento com os públicos originais. São prolixas as experiências envolvendo novas linguagens e tecnologias, métodos colaborativos, públicos diversos e/ou sub-representados. Desenvolvem-se projetos partilhados em torno de passados difíceis ou memórias conflituais, diversificando-se os processos e as práticas sociais de construção de património material e imaterial, de recolha de testemunhos e documentos históricos, potenciando a construção de novas identidades sociais.
Chamada para comunicações
Partilhar resultados e aprofundar o debate teórico e metodológico sobre estas práticas e suas representações simbólicas é o objetivo do I Congresso História Pública em Portugal, considerando: as questões éticas relacionadas com os usos do passado e da investigação colaborativa; a dimensão cívica dos processos de coprodução e transferência do conhecimento; o diálogo entre o passado e o presente; a partilha de autoridade e de autoria, bem como o questionamento e democratização da cultura histórica, incluindo a produção de materiais de divulgação inclusivos; entre outras questões que atravessam os debates internacionais sobre a prática da História Pública.
São bem-vindas as propostas de comunicação relacionadas com:
Comunicação e difusão do conhecimento
Investigação colaborativa e coprodução do conhecimento
Processos participados de patrimonialização e musealização
Metodologias e exploração de recursos na produção da História Pública
Impacto público da relação do meio académico e não académico
Comunidades e políticas públicas
Questões de identidade, memória e presenças invisibilizadas
Projetos de reflexão e de contestação sobre patrimónios culturais e históricos
Comunidades digitais e História Pública
Desafios epistemológicos e éticos da História Pública
História Pública como ativismo
Limites e diálogos entre História, História Pública e outras Ciências Públicas
Projetos de Arte Pública e cidadania
Possibilidades de colaboração entre práticas artísticas e História Pública
Prazo de submissão de propostas: 30 de Março de 2023
Link para envio de propostas | Call for papers [PDF]